O projeto “Extrato de erva-mate: Uma solução criativa e inovadora”, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) – Unidade Universitária de Ponta Porã, integrado pelo prof. Dr. Moisés Centenaro, do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos (PPGDRS), receberá incentivo financeiro de mais de R$ 84 mil para desenvolver uma startup que tem o objetivo de explorar as potencialidades da erva-mate e sua versatilidade como matéria-prima na produção de produtos diversos que vão de bolo a composto refinado para chás, dadas as qualidades nutricionais da espécie, que têm despertado interesse, inclusive, pela potencialidade farmacológica.
O projeto foi aprovado na Edição do Programa Centelha 2, organizado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), foram selecionadas, em 2022, 50 ideias inovadoras dentre 245 projetos inscritos.
Centenaro, que também é docente do curso de Administração da UEMS/Ponta Porã, pesquisa a temática da erva-mate na região de fronteira Brasil-Paraguai, tendo estudando a tradição deste produto que, de tamanha influência e historicidade, está presente até no brasão do Estado de MS. Ele explica que a equipe é composta por 5 participantes, sendo 1 deles, ele próprio, 2 egressos do curso de Administração da UEMS, 1 egresso do curso de Ciências Econômicas da UEMS/Ponta Porã (atualmente acadêmico do PPGDRS, 1 engenheiro alimentos, com Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).
“Vamos testando para ver se os produtos terão aceitação. É mudar um pouco os hábitos das pessoas, a percepção da maioria ainda é da erva-mate no tereré, chimarrão. Com a startup, você se posiciona no mercado, é visto por grandes empresas”, informou Centenaro, sobre a inciativa de uma startup que vai explorar a base da tríade de produtos derivados da erva-mate: farinha moída ultrafina, chá mate moído e extrato líquido, uma nova roupagem para erva-mate.
O docente da UEMS/Ponta Porã informa que “a farinha de erva-mate vem sendo usada como produto alimentício no Rio Grande do Sul, na merenda escolar. Tem pesquisas mostrando mais de 190 princípios ativos, muito importante para a nutrição. No Paraná, está em fase de aprovação para ser adicionada também na merenda escolar”, salientou. Já o chá será na versão em pó, como o café, e poderá ser preparado em máquinas. O terceiro produto é o extrato líquido extraído da folha. “Temos um engenheiro de alimentos que integra nossa equipe para entender se consegue manter os nutrientes. Pode ser comercializado para bares, restaurantes, adicionado a coquetéis ou direcionados para indústria farmacológica”, afirmou o pesquisador.
“Este projeto busca inovar os usos de derivados da erva-mate e sua execução está sendo possível, graças ao Programa Centelha, que fomentou iniciativas inovadoras”, finaliza. Entre os objetivos principais do Programa Centelha, estão: a geração de novas empresas de base tecnológica; a geração de inovações que sejam de interesses sociais e empresariais; e a formação da cultura do empreendedorismo inovador, a fim de fortalecer os ecossistemas de inovação do país. “É nesse sentido que o Centelha busca ideias com grande potencial de se tornarem um negócio de sucesso, e que desenvolvam produtos, processos ou serviços inovadores, que contribuam para o desenvolvimento da economia nacional”, conclui Centenaro.
Com informações da repórter Aline dos Santos, do portal online Campo Grande News.