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Publicado em: 20/02/23


De acordo com os parlamentares, Barroso não poderia ter atuado no julgamento que anulou a condenação de Lula pelo fato de manter laços de amizade com o advogado do petista, Cristiano Zanin

Cinco senadores protocolaram um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso. O documento acusa o magistrado de não ter se declarado suspeito no julgamento que declarou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para condenar Lula (PT).

De acordo com os senadores, Barroso não poderia ter atuado no julgamento pelo fato de manter laços de amizade com o advogado de Lula, Cristiano Zanin.

A petição é assinada pelos senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Styvenson Valentim (Podemos-RN), Carlos Heinze (PP-RS), Plínio Valério (PSDB-AM) e Carlos Viana (Podemos-MG), além do ex-senador Lasier Martins (Podemos-RS).

“Uma vez havendo esses destaques fáticos, Luís Roberto Barroso deveria ter se julgado suspeito, não contrariando o estabelecido no Código de Ritos e, de outra sorte, se eximindo de qualquer suspeita das partes”, diz um trecho do pedido encaminhado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na última sexta-feira (17).

Na visão dos senadores, Barroso também não deveria ter participado de julgamentos ligados a temas como o aborto e descriminalização das drogas.

O grupo de senadores começou a articular o pedido de impeachment em novembro do ano passado, quando foi flagrado jantando com Zanin, em Nova York, onde participavam de um evento sobre democracia.

Na época, Zanin também integrava o gabinete de transição do governo.

“Aquela imagem foi muito forte para o cidadão de bem brasileiro, porque o ministro Luis Roberto Barroso votou na anulação dos processos do Lula na 13ª, permitindo que o ex-presidente Lula se candidatasse nessas eleições”, disse o senador Girão à época.

Ainda em Nova York, Barroso respondeu com deboche a um manifestante que o questionou sobre as dúvidas levantadas pelas Forças Armadas em relação à infalibilidade das urnas: “Perdeu, mané. Não amola”, disse o ministro.

“E vamos falar da frase infeliz que demonstrou desrespeito também ao povo brasileiro, porque um cidadão, na semana passada, foi abordar de forma muito cortês, educada nesta viagem que ele foi a Nova York falar sobre democracia e liberdade e ele respondeu – o mundo todo tomou conhecimento – falando ‘perdeu mané’”, lembrou Girão.

Fonte: Brasil Sem Medo / Foto: Fellipe Sampaio-STF

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