PARTE 1
O dia 02 de Abril é dedicado ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A data visa ajudar a conscientizar a população mundial sobre o Autismo, um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de Dezembro de 2007, com o intuito de alertar as sociedades e governantes sobre transtorno do neurodesenvolvimento, ajudando a derrubar preconceitos e esclarecer a todos.
O autismo é considerado um Transtorno Global de Desenvolvimento pelo DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). Seu diagnóstico é baseado em um grupo diversificado de sintomas comportamentais: dificuldades sociais, interesses fixos, ações obsessivas ou repetitivas e reações inusitadamente intensas ou embotadas à estimulação sensorial – porque não existem marcadores biológicos confiáveis (ARAÚJO; LOTUFO NETO, 2013).
Embora os sintomas do autismo frequentemente se tornem menos graves na idade adulta, o consenso sempre foi que seus principais sintomas permanecem.
Muitas supostas curas do autismo são promovidas na Internet: tomar certas vitaminas e/ou suplementos nutricionais, usar desintoxicantes, dietas especiais com exclusão de caseína e glúten, remoção potencialmente perigosa de metais pesados do corpo. Entretanto, nenhuma evidência indica que qualquer um deles pode aliviar qualquer dos principais sintomas do autismo, e muito menos erradicá-lo. Não há cura para o autismo, apenas tratamento através de terapias e uso de medicações no controle de irritabilidade e agressividade.
Ao receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) para seus filhos, muitos pais tendem a se questionar “por que conosco”. Essa fase é dolorida, pois as expectativas que esses pais projetavam sobre suas crianças precisam ser completamente modificadas.
Após o impacto inicial, a segunda pergunta é: “o que posso fazer para ajudar meu filho”. A resposta a essa pergunta, na atualidade, resume-se a se apropriar de informação. Os pais precisam ler mais para que possam entender que o TEA é uma condição crônica, não tem cura, mas que com o tratamento precoce, essa criança tem a possibilidade de ter uma melhoria em sua qualidade de vida, tornando-a mais autônoma em sua vida adulta. Esse tratamento deve ser multidisciplinar e baseado em uma intervenção comportamental eficaz.
Enquanto a equipe multidisciplinar faz seu trabalho especializado, o que os pais podem fazer em casa? Se por um momento, eles pudessem parar de pensar na frase “e se…” e começassem a aceitar aquela criança com suas limitações? Como, por exemplo, apenas brincar com essa criança. Esse prazer, muitas vezes é esquecido, devido ao fato de os pais precisarem se desdobrar entre o sustento da casa e as idas ao fonoaudiólogo, ao terapeuta ocupacional, ao psicólogo, ao musicoterapeuta, à equoterapia, dentre outras. Mas, o ato de brincar é uma forma natural de interação social. Ao brincarmos com essas crianças, podemos ajudá-las no desenvolvimento da linguagem, do pensamento e na capacidade de resolução de problema (TSENG; TSENG; CHENG, 2016).
Durante esse mês de abril, nossa coluna tratará desse tema: o ato de brincar como uma forma de terapia no tratamento da criança com TEA. O texto se encontra em sua íntegra em um artigo de minha autoria publicado na Revista Educar da FCE.
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Ana Paula Sá Menezes
Mãe de Autista
Mestre em Ensino de Ciências na Amazônia
Especialista em Ensino de Matemática
Especialista em Neuropsicopedagogia