VAMOS FALAR SOBRE PÁSCOA?
Você sabe o que é Páscoa?
Segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, a palavra Páscoa (em Hebraico, pesah) é associada com o verbo pasah, que significa saltar ou passar por cima. Portanto, este dia foi chamado Páscoa ou A Passagem.
No Antigo Testamento, a Páscoa corresponde à libertação do povo de Deus das mãos de Faraó. A história, para quem não a conhece, está no livro do Êxodo, capítulo 12. Sugiro a sua leitura. Aqui, vamos nos ater à décima praga. A décima praga ordenada por Deus, foi que todos os primogênitos morreriam naquela noite exceto aqueles que ficassem em casas onde um cordeiro tivesse sido sacrificado e o seu sangue tivesse sido esfregado nas duas ombreiras e na verga da porta. Se o anjo da morte visse esse sinal, a casa seria poupada.
Disse o Senhor a Moisés… ‘Eu sou o SENHOR. O sangue [do cordeiro] vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.’ (Êxodo 12:13)
Apesar do SENHOR procurar o sangue à volta da porta, e ao ver isso, passasse por cima, o sangue não era um sinal para Ele. Ele diz claramente que, ‘o sangue vos será por sinal’. O sangue era um sinal para o povo. Também é um sinal para todos nós que lemos esta narrativa. Como? Depois deste acontecimento o Senhor ordenou-lhes:
Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. (Êxodo 12:14)
No Novo Testamento, a Páscoa corresponde ao sacrifício de Jesus que deu sua vida para remissão de nossos pecados na cruz (uma morte lenta e dolorosa, diga-se de passagem!).
Relataremos aqui a descrição das dores de Jesus feita por um grande estudioso francês, o médico Barbet: dando a possibilidade de compreender as dores de Jesus durante a sua paixão. (1)
“Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por 13 anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso, portanto, escrever sem presunção”.
Confira:
Jesus entrou em agonia no Getsemani – escreve o evangelista Lucas:. “E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra”. O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. O suar sangue, ou “hematidrose”, é um fenômeno raríssimo. Para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas. O sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.
Os carrascos golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe. O sangue espirra. As forças se esvaem, um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar.
Pilatos o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da cruz. Pesa uns 50 quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas por cerca de 600 metros. Jesus, fatigado frequentemente cai sobre os joelhos. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.
Sobre o Calvário inicia a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Cada fio de tecido adere à carne viva ao levarem a túnica. Os carrascos dão um puxão violento.
O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Horrível suplício!
Os carrascos pegam um longo e pontudo prego quadrado, apóiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado, uma dor lancinante que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro.
Não houve perda de consciência. O nervo foi destruído só em parte, a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego. Quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.
O carrasco e seu ajudante elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos o laceraram o crânio.
Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam.
A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. O ar entra, mas não consegue mais sair. Jesus tem sede de ar, como um asmático em plena crise. Jesus é atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais se esvaziar.
Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.
Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz. Cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável!
Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?”. Jesus grita: “Tudo está consumado!”. Em seguida num grande brado disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre.
Referências:
(1) O martírio das últimas horas de Jesus Cristo. Disponível em: <https://jornalibia.com.br/destaque/o-martirio-das-ultimas-horas-de-jesus-cristo/>.
Ana Paula Sá Menezes
Mãe de Autista
Mestre em Ensino de Ciências na Amazônia
Especialista em Ensino de Matemática
Especialista em Neuropsicopedagogia
VAMOS FALAR SOBRE QUARESMA?
Você sabe o que é Quaresma?
Quaresma corresponde ao período de 40 dias que antecede a Páscoa Cristã. O calendário para a Páscoa é baseado na astronomia e, por isso mesmo, muito complexo. Inicia-se sempre na quarta-feira de Cinzas. Desde os primeiros anos do Cristianismo este assunto foi motivo de divergências entre o Oriente e o Ocidente e de aprofundados estudos. Sua importância religiosa começou no ano 325 com a realização do Concílio Ecumênico realizado em Nicéia, convocado pelo Imperador Constantino Magno, quando os santos Padres da Igreja resolveram, por unanimidade, que a Páscoa seria comemorada por todos os cristãos no mesmo dia (1). Este período do ano litúrgico é celebrado pela Igreja Cristã, dentre elas a Católica, a Ortodoxa, a Anglicana e a Luterana. Entretanto, as Igrejas seguem calendários distintos: a ortodoxa se orienta pelo calendário juliano, introduzido pelo imperador romano Júlio César. Já católicos e protestantes seguem o gregoriano, atualmente adotado em todo o mundo. Ele deve seu nome ao papa Gregório XIII, que o introduziu no final do século XVI. (2)
Na igreja Católica, esse período litúrgico compreende penitência, oração e conversão. Os fiéis devem dedicar mais tempo à oração, ao jejum, a caridade e a abstinência. A abstinência é para pessoas entre 13 e 60 anos de idade. Durante 40 dias deve-se abrir mão do consumo de carne ou de algum outro alimento segundo a conferência episcopal. Durante as missas, não se recita os hinos Glória ou Aleluia. Porém se faz a profissão de fé. Para fechar este tempo é celebrado o Domingo de Ramos que é o primeiro dia da semana que antecede a Páscoa. Neste dia se realiza a bênção de Ramos seguida da procissão. (3)
Para a Igreja Ortodoxa, a Páscoa deverá ser comemorada sempre num Domingo que segue a lua cheia do equinócio da primavera no Oriente, isto é, depois do dia 21 de março. Assim sendo, a Páscoa cristã realizar-se-á sempre após a Páscoa judaica. (1)
A Quaresma é um momento magnífico para refletir sobre a mudanças e sobre nos transformarmos em seres humanos melhores. A Quaresma reflete os quarenta dias que Jesus vagou no deserto e foi tentado por Satanás – preparando-o para um ministério que está destinado a terminar em sua crucificação e morte na cruz. Poucos de nós podem se identificar com o nível de sacrifício, entrega e compromisso que Jesus demonstrou durante seus quarenta dias no deserto. Mas, a Quaresma nos dá a oportunidade de aprofundar nossa própria fé, engajando-nos na disciplina espiritual regular da Quarta-feira de Cinzas até o Domingo de Páscoa.
Como eu quero estar durante a Quaresma deste ano? Mais quieto e pensativo? Mais aberto aos desejos de Deus? Melhor capaz de sentar-se com pessoas que precisam de mim? Mais atento à leitura da Bíblia? Preciso ser mais compassivo com meus próprios medos e falhas? Preciso ter mais coragem e ousadia para usar os dons que Deus me deu?
Que tal as seguintes sugestões: (4)
Pergunte a Deus, todos os dias: “O que minha alma precisa?” Basta perguntar e esperar em silêncio. Como somos muito bons em nos enganarmos sobre como estamos indo, pode levar vários dias fazendo essa pergunta antes de estarmos realmente abertos e humildes o suficiente para saber a resposta.
Pergunte a Deus, todos os dias: “Minha vida te faz feliz?” Sim, quando Deus olha para sua vida, algumas partes dela – talvez muitos aspectos dela – trazem alegria ao coração de Deus. Pense em como seus filhos, netos ou outras pessoas próximas a você o fazem feliz. Deus está em relacionamento com você, o que significa que seus pecados entristecem o coração de Deus, mas também que seu crescimento e amor e liberdade e bondade trazem alegria a Deus do universo. Novamente, você provavelmente precisará orar algumas vezes antes de estar disposto a considerar que dá prazer a Deus, que o faz feliz de alguma forma. Atenha-se a esta pequena oração e continue ouvindo.
Diga a Deus e a si mesmo, todos os dias: “Quero estar aberto às graças deste tempo quaresmal”. Talvez você não esteja aberto agora, ou não tão aberto e disposto como gostaria ou acha que deveria ser. O que mais é novo? Sempre podemos abrir nossas vidas um pouco mais, abrir mão de mais coisas, ouvir melhor e fazer mais rápida e apaixonadamente o que sabemos que ajuda a nutrir o reino de Deus na terra.
Este é um começo: três iniciadores de oração curtos e simples para se preparar para a época sagrada.
Encontre um momento tranquilo de seu dia agitado e tenha uma boa conversa com Deus. Peça ajuda ao Espírito Santo. Ele é nosso Consolador e sempre está pronto a nos ouvir e nos ajudar.
Boa Quaresma!
Referências:
(1) A Festa da Páscoa na Igreja Ortodoxa. Disponível em: <http://ecclesia.com.br/biblioteca/liturgia/a_festa_da_pascoa_na_igreja_ortodoxa.html>.
(2) Páscoa tem características especiais para cristãos ortodoxos. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/p%C3%A1scoa-tem-caracter%C3%ADsticas-especiais-para-crist%C3%A3os-ortodoxos/a-17576538>.
(3) Você sabe o que é Quaresma¿ Entenda tudo sobre o assunto. Disponível em: <https://www.mundoinverso.com.br/voce-sabe-o-que-e-quaresma-entenda-tudo-sobre-o-assunto/>.
(4) How to prepare for Lent. Disponível em: https://www.ignatianspirituality.com/how-to-prepare-for-lent/>.
Ana Paula Sá Menezes
Mãe de Autista
Mestre em Ensino de Ciências na Amazônia
Especialista em Ensino de Matemática
POESIA DA SEMANA
A Mensagem da Cruz
Harpa Cristã
Composição: Antônio Almeida
Rude cruz se erigiu
Dela o dia fugiu
Como emblema de vergonha e dor
Mas contemplo essa cruz
Porque nela Jesus
Deu a vida por mim, pecador
Sim, eu amo a mensagem da cruz
Até morrer eu a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Até por uma coroa trocar
Desde a glória dos céus
O Cordeiro de Deus
Ao calvário humilhante baixou
Essa cruz tem pra mim
Atrativos sem fim
Porque nela Jesus me salvou
Sim, eu amo a mensagem da cruz
Até morrer eu a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Até por uma coroa trocar
Nesta cruz padeceu
E por mim já morreu
Meu Jesus, para dar-me perdão
E eu me alegro na cruz
Dela vem graça e luz
Para minha santificação
Sim, eu amo a mensagem da cruz
Até morrer eu a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Até por uma coroa trocar
Eu aqui com Jesus
A vergonha da cruz
Quero sempre levar e sofrer
Cristo vem me buscar
E com Ele, no lar
Uma parte da glória hei de ter
Sim, eu amo a mensagem da cruz
Até morrer eu a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Até por uma coroa trocar
A Harpa Cristã é o hinário oficial da igreja Assembleia de Deus (AD), que possui, no Brasil, cerca de 22,5 milhões de fiéis. Fundada em 1911, em Belém (PA), pelos missionários sueco-americanos Gunnar Vingren e Daniel Berg, a igreja é considerada a maior denominação pentecostal do mundo. A Harpa foi criada para reunir os cânticos da congregação e facilitar o louvor a Deus durante as atividades da igreja.
Fonte:
ARAUJO, Isael de. Dicionário do movimento pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
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