Policiais Militares Ambientais e Polícia Federal de Corumbá realizam fiscalização conjunta no Rio Paraguai, especialmente monitorando os cardumes onde surgem os pontos com a decoada, em função da cheia no Pantanal, no sentido de prevenir a pesca predatória, especialmente, porque devido a diminuição do oxigênio provocada pelo fenômeno, mesmo os peixes que resistem, ficam extremamente vulneráveis à captura. Ontem (30), as equipes receberam informação sobre um ponto no Rio Paraguai, nas proximidades da cidade e seguiram até o local.
Ao chegarem, os policiais perceberam várias pessoas embarcadas realizando captura de pescado e, quando elas perceberam as equipes, evadiram-se pela vegetação margeando o rio, abandonando embarcações, pescado e petrechos ilegais. Não foi possível deter nenhuma das pessoas, porém foram apreendidos: seis barcos de alumínio, dois remos e um motor, três anzóis de galho (petrecho proibido), oito linhadas, um peixe da espécie jurumpensem e um piau-três-pintas, ambos abaixo da medida permitida por lei (crime ambiental. O pescado será doado para instituições filantrópicas. Os Policiais continuam em vigilância no local. O material foi recolhido ao quartel da PMA e a Polícia Federal investigará a autoria do crime ambiental.
O Comando da PMA alerta que, mesmo que o pescado esteja morrendo pelo fenômeno da decoada, as pessoas precisam respeitar as normas de pesca. Não podem utilizar petrechos proibidos ou capturar pescado fora das medidas permitidas; respeitar as cotas de captura para a pesca profissional e amadora, bem como os locais proibidos e espécimes que devam ser preservadas. A pena para pesca predatória é de prisão em flagrante e um a três anos de detenção e a multa administrativa é de R$ 700,00 a R$ 100 mil, mais R$ 10,00 por kg de pescado, bem como apreensão de barco, motor, veículo, e tudo que for utilizado no crime.
DECOADA
O fenômeno da decoada é natural no Pantanal e movimenta cadeia alimentar. Os peixes que morrem viram alimento para outros peixes, bem como para aves, répteis e mamíferos. A preocupação da PMA reside no fato de que muitos peixes que sofrem decoada não morrem, pois, conforme o rio segue a corrente, a água vai se auto-depurando e vários espécimes sobrevivem, por isso o monitoramento da fiscalização é fundamental e continuará sendo executado.