“Eu aconselho ir a Mato Grosso do Sul. Não é ligar ou fazer videoconferência. É ir lá”. Essa é a recomendação que o ex-governador do Espírito Santo e atual presidente da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), Paulo Hartung, fez a inúmeros investidores nacionais e internacionais que tem interesse no setor da indústria florestal.
A fala que coloca o ambiente de negócios sul-mato-grossense como referência aconteceu em evento realizado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), neste semana, e que contou com a presença de autoridades, especialistas em sustentabilidade e empresários do setor ou que tenham interesse nessa área.
Hartung foi um dos convidados a palestrar no evento que discutiu como impulsionar a indústria florestal carioca. Foi aí que ele usou Mato Grosso do Sul como exemplo na criação de um cenário propício para tal atividade – vale lembrar que, nacionalmente, o Estado já é citado diversas vezes como o “Vale da Celulose”.
“Quem melhor se organizou para lidar com o setor foi Mato Grosso do Sul. Podia dizer que foram os capixabas, que foi São Paulo, mais desenvolvido, mas não foi. Foi Mato Grosso do Sul”, comenta Hartung, um dos principais líderes da área florestal.
De portas abertas
Entre os principais empreendimentos previstos para o Estado nos próximos anos estão projetos do setor florestal – que integram um dos maiores pacotes de investimentos privados em andamento no Brasil. A região do Bolsão, no leste do Estado, foi a que apresentou o maior potencial para receber tais aportes.
Atualmente, Três Lagoas já conta com duas grandes indústrias do setor, enquanto a terceira está em construção em Ribas do Rio Pardo por R$ 19 bihlões e a quarta deve ser implantada em Inocência. Paralelo a isso, o Bolsão deve receber ainda investimento de R$ 8,5 bilhões de empresa espanhola para captação de energia solar.
“Existe um grande interesse estrangeiro em investir no país onde está a maior floresta tropical do mundo, a maior biodiversidade do planeta, a maior reserva de água doce da Terra, além de sol e vento constantes. Há muitas oportunidades que a emergência climática faz surgir para o Brasil”, ressalta Hartung.
Um Estado em transformação
A agropecuária é uma atividade que “corre nas veias” dos sul-mato-grossenses, sendo um setor essencial para a formação do Estado. Contudo, uma transformação econômica se avizinha e vem diversificando as atividades locais, modernizadas.
“Outra coisa interessante de se ver é que a gente vê Mato Grosso do Sul e pensa logo na pecuária. E o que está acontecendo lá emociona quando se vê. Aonde você tem a pecuária de menor produtividade é aonde a pecuária rudimentar tá sendo substituída pela floresta. Vale a pena ir ao Mato Grosso do Sul para ver como e o que eles desburocratizaram, ver a experiência deles”, diz Paulo.
O bom ambiente para firmar negócios é um dos objetivos da gestão estadual que está se concretizando, ganhando reconhecimento nacional e internacional e assim colaborando para que os investidores voltem seus olhos para Mato Grosso do Sul. Isso faz parte do processo de transformação econômica já em curso no Estado.
“Ambiente de negócio na minha visão é dever de casa para a gente que está em prefeitura, governo. Infelizmente o Brasil tem pouca consciência disso ainda. Mas eles [Mato Grosso do Sul] avançaram no ambiente de negócios com o setor”, completa o ex-governador capixaba, que também é ex-deputado e ex-senador do Espírito Santo.