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Publicado em: 19/04/23


 

Um projeto desenvolvido por um grupo de alunas do Campus Campo Grande do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) tem potencial para contribuir com a democratização do acesso ao cinema no Brasil, tema proposto para a redação do Exame nacional do Ensino Médio (Enem) do ano de 2019.

Intitulado “Specula”, o projeto tem como objetivo a confecção de um óculos com um sistema similar a uma máscara de solda. Após seu desenvolvimento, a proposta é que o dispositivo seja distribuído em cinemas, a fim de amenizar os impactos visuais de crises de flashes de luz na indução de convulsões em pessoas com epilepsia fotossensível.

O projeto foi selecionado para o programa “Power4Girls – Empower to Lead” [Poder para Garotas – Empoderar para Liderar, em tradução livre], proposto pela embaixada e consulados dos Estados Unidos (EUA), com apoio do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e visa empoderar meninas por meio do estímulo à criatividade e inovação.

O resultado do edital de seleção, divulgado no dia 17 de março, está disponível na página do Power4Girls.

Outros 19 projetos propostos por estudantes da Rede Federal foram selecionados e serão desenvolvidos durante todo o ano. Para isso, contarão com atividades como mentoria, cursos, oficinas, atividades, tarefas, entre outros.

A previsão é que o programa seja encerrado em evento presencial em Brasília (DF), no período de 5 a 7 de outubro, quando as equipes terão oportunidade de apresentarem seus resultados e trocarem experiências.

Specula

 A equipe do Campus Campo Grande é coordenada pela professora Juliana Fialho, que destacou as etapas já realizadas pelas estudantes no processo de desenvolvimento do projeto.

“Nos dias 11 e 12 de abril todas as vinte equipes participaram do evento on-line de partida, com participação da embaixadora dos Estados Unidos, além de convidados de várias empresas – como por exemplo, Samsung, Rock in Rio e Conif – além de vários influencers”, disse.

Juliana explica que, neste evento, as estudantes participaram ainda de uma oficina de treinamento, onde tiveram que criar um modelo que ajudasse uma pessoa com deficiência (PCD) com dificuldade de locomoção, considerando o tema central do programa, que é inclusão e acessibilidade.

“Neste evento elas receberam vários “mimos” da organização, como lanches, camisetas e garrafas de água personalizadas pela Embaixada dos EUA e, no final de abril, está prevista ainda uma outra capacitação on-line com participação de todas as equipes”, contou.

As integrantes do Specula são as estudantes do 3º semestre do curso técnico integrado em Mecânica: Amanda dos Santos, Ana Luiza de Oliveira, Cattarina Gobbo e Eduarda Silveira.

“Desenvolver um projeto sobre inclusão e acessibilidade nos trará muitos benefícios e, principalmente, irá ampliar nosso conhecimento. É gratificante termos sido selecionadas e  esperamos que nosso projeto possa ajudar muitas pessoas”, destacaram. “Quanto ao desenvolvimento, estamos animadas, será um caminho longo e desafiador”, completaram as estudantes.

Para conhecer mais sobre o projeto e seu desenvolvimento, toda a comunidade pode acompanhar e seguir a página oficial no Instagram, pelo @specula_p4g .

Epilepsia Fotossensível – Segundo a neurologista Isabella D’Andrea Meira, em artigo publicado no Portal da Epilepsia, a epilepsia fotossensível é um tipo de epilepsia reflexa, o que significa que a crise é desencadeada por um estímulo externo.

Ela explica que alterações de padrões luminosos podem contribuir como um gatilho para crises em pacientes com outros tipos de epilepsia. No caso da fotossensibilidade, os gatilhos envolvem frequências rápidas de luz intermitente, oscilação de cores contrastantes e alguns padrões visuais.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença acomete cerca de 2% da população brasileira e cerca de 50 milhões de pessoas no mundo. Deste número, até 3% podem ser acometidas com o tipo fotossensível.

Power4Girls

 O Programa “Programa Power4Girls – Empower to Lead” é voltado para alunas de instituições da Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de todo o país que buscam de forma criativa solucionar um problema/questão na área de acessibilidade e inclusão. O tema desta edição 2023 é “Inclusão e Acessibilidade”.

O público-alvo são estudantes com espírito empreendedor e de liderança, que sejam proativas e motivadas a aprender. Espera-se que as alunas atuem em equipe, ajudando-se e apoiando-se mutuamente ao longo de todo o programa, visando sempre o crescimento acadêmico, pessoal e, no futuro, profissional.

Saiba mais sobre o programa na página da Embaixada dos EUA.

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