A Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) firmou parceria com o IBCGP (Instituto Brasileiro de Ciências em Gestão Pública), a fim de realizar cursos com o objetivo de “angariar fundos para a entidade”, conforme anúncio feito no início deste ano pela própria entidade.
Mesmo sendo entidade sem fins lucrativos, os valores de cada capacitação variam de R$ 500 a R$ 1.000.
Outra questão é que a parceria foi firmada com instituto que tem como presidente Michele Cristine Belizário Calderan, casada com o empresário Paulo Calderan, irmão do prefeito de Maracaju, Marcos Calderan, um dos gestores associados à Assomasul.
Além disso, Michele é sócia-administradora do escritório “Belizario Advocacia S.S.” Em 2021 o escritório dela foi contratado pelo prefeito de Maracaju e foi alvo de investigação pelo Ministério Público Estadual, mas acabou arquivado.
Hoje o curso foi sobre a Nova Lei Licitações e vai durar 2 dias, com desconto de 50% para associados e R$ 1.000 para quem não integra a Assomasul.
Na realidade, a cobrança até pode ser feita, desde que a Associação não obtenha nenhum lucro com o que for arrecadado. O problema é que não é possível saber quanto a entidade recebeu este ano, porque o ultimo balancete divulgado pela associação é de dezembro de 2022.
As inscrições são feitas através do site https://nucleodegestaomunicipal.ibcgp.org.br/ onde é possível confirmar a cobrança para participação.
Anteriormente as capacitações eram oferecidas pela entidade e através de convênio com a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), gratuitamente.
O Campo Grande News enviou mensagem e ligou para o presidente da Assomasul, Valdir Júnior e para o diretor executivo Rogério Rosalin, apenas Rogério retornou a chamada. “Antes da pandemia, a CNM dava conta de oferecer os cursos, hoje não”, justificou. Sobre o envolvimento com a empresa da cunhada do prefeito, ele disse “desconhecer” a ligação entre a família. Quanto ao valor das inscrições que ficará com a instituição ele disse apenas: “não lembro de cabeça”.
O presidente optou por nota oficial, em nome da Assomasul, que esclarece que nem o instituto tem fins lucrativos, mas alega que “a parceira possibilitou o resgate dos cursos que foram interrompidos na gestão anterior. Vale destacar que os cursos oferecidos pela Assomasul estão sendo cobrados por um valor bem abaixo da média do mercado, apenas para custear os gastos e investimento para a realização das capacitações. Qualquer valor excedente será revertido para a entidade na própria destinação de capacitação dos servidores municipais, possibilitando a cobrança menor dos destinatários e, ainda, proporcionar palestras com professores de renome estadual e nacional”, garantiu a entidade.
*Matéria editada às 16h02 para acréscimo do posicionamento da Assomasul.
CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS