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Publicado em: 18/04/23


Um espaço acolhedor, com brinquedos para os pequenos e porto seguro para mulheres que vão às delegacias do interior de Mato Grosso do Sul denunciar violências. Nesta semana o Governo de Mato Grosso do Sul inaugurou a 27ª Sala Lilás, na cidade de Anastácio, a 137 quilômetros de Campo Grande.

A sala é projetada e equipada para realizar o depoimento especial de mulheres,  crianças e adolescentes vítimas de violência. Com atendimento de profissionais capacitados, o espaço é mais um passo para impedir a “revitimização”, nome dado quando as vítimas têm de relatar inúmeras vezes os fatos nas diversas esferas da investigação e do acolhimento psicossocial.

Assessora de Gestão de Processos e Planejamento da Delegacia Geral de Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul e responsável pela implementação, a delegada Christiane Grossi de Araújo Rocha explica que não se trata apenas de uma sala bonita.

“A Sala Lilás é o esforço do poder público em tornar o atendimento às mulheres, crianças e adolescentes, vítimas de violência doméstica e/ou sexual, mais humanizado. Ela deve ser, antes de tudo, uma sala de acolhimento onde essas pessoas chegam fragilizadas pelo crime que sofreram e são tratadas de forma a abrandar essa dor”, descreve Christianne.

 

Feita a muitas mãos, a Sala Lilás é uma iniciativa da Polícia Civil em conjunto com recursos do Governo de Mato Grosso do Sul, apoio de prefeituras, conselhos de segurança e emendas parlamentares.

Em uma cidade que não tem delegacia de atendimento à mulher, ou especializadas, a vítima não fica ali na recepção, é encaminhada direto à Sala Lilás, onde passa por oitiva.

“Uma criança ou um adolescente vítima de violência sexual também será encaminhado e, nos casos de flagrantes graves, através do termo de cooperação assinado entre Estado e Município, a prefeitura da cidade tem a escala de profissionais do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)”, pontua a assessora da Delegacia Geral.

Para a subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Cristiane Sant’Anna, a Sala Lilás é mais uma forma de empoderar mulheres a denunciar crimes. “A mulher que sabe que vai ser atendida de maneira humanizada e diferenciada, ela vai até a delegacia, ela toma a coragem, ela faz a denúncia. Diferentemente de quando ela não tem esse atendimento, ela pode vir a ter dificuldade de ir até a polícia”.

O que é a Sala Lilás

A primeira Sala Lilás da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul foi inaugurada na Delegacia de Polícia de Sidrolândia no ano de 2019 e, de lá para cá, outras 27 salas, incluindo a de Anastácio, foram criadas em delegacias do interior do Estado.

Neste ano, o Governo de Mato Grosso do Sul garantiu a sala no município de Selvíria, agora de Anastácio, e ainda prevê levar este benefício a mais oito cidades. Em todo o Estado, as mulheres contam com a Casa da Mulher Brasileira, em funcionamento na Capital e 12 Delegacias de Atendimento à Mulher no interior.

Segundo a assessora de Gestão e Planejamento da Delegacia Geral, os critérios para a abertura das salas se baseia no número absoluto de ocorrências policiais no ano anterior. “Estamos implantando paulatinamente, procurando atender as delegacias com maior número de ocorrências de violência doméstica e sexual nos municípios onde não há especializadas nem a Casa da Mulher Brasileira”, frisa Christiane Grossi.

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