Uma criança de 1 ano e 4 meses está internada desde o dia 31 de dezembro de 2015 no HR (Hospital Regional), em Campo Grande, e aguarda transferência para o HU (Hospital Universitário), onde deve receber atendimento médico de um especialista.
Maria Rita de Souza Ferreira foi diagnosticada com insuficiência renal crônica no dia 3 de janeiro. A mãe da criança Márcia de Souza Viana, 23 anos, explica que no dia 19 de dezembro do ano passado procurou o posto de saúde de Nioaque, a 165 quilômetros da Capital. “Ela foi transferida para o HR com uma hérnia, deveria fazer uma cirurgia. Mas acabou tendo uma infecção urinária, ficou internada e recebeu alta só no dia 29 de dezembro, sem fazer o procedimento”.
A família vive no assentamento Santa Guilhermina, localizado no município de Maracaju, porém mais próximo a Nioaque. Após receber alta, mãe e filha ficaram em Campo Grande, na casa de parentes. “No dia 30 minha filha amanheceu inchada e no dia 31 mais ainda. Voltei com ela para o hospital. Foi quando disseram que os rins dela estavam parados. No dia 3 ela já foi para o CTI (Centro de Terapia Intensiva)”, explicou Márcia.
A menina precisa ser atendida por um nefrologista pediátrico, especialidade disponível apenas no HU – que também é referência para o tratamento –, de acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde).
No dia 20 de janeiro Maria Rita deixou o CTI, mas retornou no domingo (24), após apresentar piora no quadro clínico e aumento na pressão.
Maria Rita está internada no Hospital Regional e aguarda transferência para ser atendida por um especialista há 26 dias. (Foto: Arquivo familiar)
Desde o dia 1° de janeiro, a SES informou que tenta transferir Maria Rita para o HU, sem sucesso, pois no local não há vagas disponíveis. A assessoria de imprensa do HU informou que obedece a regulação de vagas estadual, de responsabilidade da SES. A quantidade de leitos de internação para tratamento com nefrologista pediátrico não foi informado pelo hospital.
A SES informou também que tenta uma troca de pacientes entre os hospitais, para garantir o atendimento da menina, mas até agora não obteve resposta do HU.
Enquanto isso o acompanhamento do caso dela é feito por um nefrologista adulto no HR. “Minha filha esta sendo atendida, mas precisa passar por um especialista, pois os médicos daqui (HR) não sabem dizer o que precisa fazer, qual tratamento”, disse a mãe.
Márcia tem outro filho de 7 anos, que esta com o marido na casa onde vivem no assentamento. Ela é professora, e trabalha sob contrato. “Eu teria que renovar agora no dia 1º de fevereiro, mas depois que minha filha ficou doente, nunca mais voltei pra casa, não sei como as coisas vão ser resolvidas. Só quero que ela fique bem, com saúde”, finalizou.