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Publicado em: 05/06/23


Técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e de entidades parceiras do Projeto Campo Futuro realizaram, durante toda a semana, levantamentos de custos de produção das cadeias de grãos, fruticultura, pecuária de leite, aquicultura, silvicultura e avicultura de corte, em cinco estados (RS, PA), SC, MS e SP).

Os painéis contaram com a participação de produtores rurais, representantes de sindicatos, de federações estaduais de agricultura, e apoio de técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do Centro de Inteligência em Gestão e Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA) e da Labor Rural.

Confira os resultados dos encontros por cadeia produtiva:

 

Frango de corte (Sidrolândia – MS): No painel de avicultura de corte (integração) foi determinado uma propriedade modal com 4 galpões, de 18x165m, com área de 2970m2, cada. O Custo Operacional Efetivo (COE) totalizou em R$1,01 por cabeça.

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Painel de aves

 

Soja, milho, trigo e arroz (Carazinho, Cruz Alta, Tupanciretã, Uruguaiana, Bagé e Camaquã – RS): Os levantamentos apontaram margens apertadas para as atividades, considerando a seca que atingiu em vários níveis os municípios visitados. A produtividade média da soja variou de 18 sacas por hectare, em Bagé, até 37 sacas em Camaquã e Carazinho. De forma geral, a expectativa de colheita era de mais de 60 sacas.

Em relação ao arroz, a produtividade esperada de 180 sacas por hectare não foi atingida em Uruguaiana, que colheu 160 sacas. Já o trigo surpreendeu os produtores de Carazinho e Cruz Alta, que colheram safras recordes. Por outro lado, os insumos pesaram nos custos de produção, principalmente para os fertilizantes e herbicidas. Em Carazinho, os fertilizantes para o milho subiram 68% e os herbicidas para a soja, 146%.

imagemPainel de grãos

Cacau (Altamira – PA): Segundo os dados do painel, a região possui maior número de propriedades que apresentam baixo grau de tecnificação, o que resulta em menor custo de produção, mas também menor rendimento. O Senar e diversas instituições vem fomentando o manejo da cultura, dentre eles análise de solo e melhoria da nutrição, para incrementar a produtividade e qualidade do cacau e amêndoas.

O modal produtivo estudado no painel é de 10 hectares de lavoura e produtividade média de 2 quilogramas por planta, totalizando 148 arrobas por hectare. No cenário de preços apresentado, embora o manejo resulte na elevação dos custos, a produção aumentou substancialmente, cerca de 1,2 kg por planta, resultando em um cenário de continuidade da atividade no curto e médio prazo.

imagemPainel de cacau

Pinus (Lages – SC): Na propriedade modal, que conta com 50 hectares de produção e Índice de Matéria Acumulada (IMA) de 31 metros cúbicos por hectare ao ano, normalmente são feitos 2 desbastes após a implantação da cultura, aos 7º e 15º anos, sendo que a colheita final é realizada no 22º ano. Parte da madeira é destinada a serraria e outra parte ao processo e energia. Os itens que mais oneram o produtor nesse sistema produtivo são maquinário e mão de obra, que é realizada de forma terceirizada.

imagemPainel de Pinus

Leite (Itapetininga e São José do Rio Pardo – SP): A propriedade modal de São José tem uma produção de 100 litros de leite por dia com animais da linhagem Girolando. O item que mais pesou no bolso do produtor foi a alimentação concentrada, que imobilizou 42% da receita. O valor obtido pelo leite permitiu cobrir o Custo Operacional Efetivo (COE), mas se mostrou insuficiente para cobrir o Custo Operacional Total (COT) e os Custos Totais (CT), indicando sustentabilidade da propriedade apenas no curto prazo.

Já em Itapetininga a propriedade modal produz 450 litros por dia também com animais da raça Girolando, e a linhagem Jersey vem sendo introduzida para aumentar o teor de sólidos no leite. O perfil produtivo não sofreu mudanças em relação ao painel realizado em 2020, mas o melhoramento genético e produção de alimentos permitiu reduzir o intervalo entre partos e aumentar o período de lactação, que ajudou a melhorar a eficiência da propriedade como um todo.

imagemPainel de leite

No painel de 2020, ainda existia a presença de mão de obra contratada para manejo do rebanho, mas hoje quem toca a propriedade é a família, portanto, o sistema modal da região permitiu obter receita suficiente para cobrir os desembolsos da atividade, a depreciação e pró-labore dos produtores, ficando aquém apenas da remuneração do capital investido.

Aquicultura (Mococa – SP): Durante a semana também foi realizado um painel para levantamento dos custos de produção da criação de peixe da espécie Pangassius. Na propriedade modal de 15 hectares, a produtividade média atingida ao longo do ciclo produtivo de 220 dias foi de 204 toneladas por hectare em viveiro escavado. O levantamento apontou margens positivas para os produtores que, de acordo com a discussão, são responsáveis pela mão-de-obra operacional do sistema produtivo.

Conheça o Projeto Campo Futuro.

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