Foi aprovado por unanimidade, projeto de Lei Nº 03/2017, de autoria do vereador Danilo Bortoloni Catti (PSDB), em que “Fica instituído no âmbito do município de Nioaque-MS o dia 19 de Abril, data em que se comemora o dia do Índio como feriado municipal.”
A criação da data, ocorrida em 1943, por meio do Decreto Lei nº 5.540, pelo Presidente Getúlio Vargas, data esta que diversos líderes indígenas resolveram participar juntamente com inúmeras autoridades dos países da América, após convite, de reunião e decisões, embora temerosos, na época, entenderam a importância do momento, sendo que esta reunião aconteceu dia 19 de abril, data que ficou escolhida no continente americano pelo grande marco histórico que assim representou.
Danilo Catti ressaltou que em Nioaque estão agrupadas 04 aldeias – Brejão, Água Branca, Cabeceira, Taboquinha, e 03 Etnias, Atikun, Kinikinau e Terena. “Como fato mais relevante temos o nome de nosso município, “Nioaque” deriva da palavra Tupi-Guarani “Anhuac”, alusão está aos índios tupis-guaranis que em época da fundação habitavam essas terras”.
Após estudos e analises pelas comissões, foi emitido parecer favorável à aprovação, sendo colocado em apreciação ao plenário, votado, recebendo a aprovação por unanimidade.
Na oportunidade Danilo convidou o vereador Edirlei Correa (PEN) para juntos assinarem a autoria do projeto, vez que o edil é indígena, e assim ficará registrada a conquista não só como patrício, mas como agente responsável pelas criações das leis municipais.
Danilo ainda ressaltou que o objetivo primordial é que nesta data, o cidadão do município tenha a oportunidade de interagir com as comunidades indígenas, participando e prestigiando os eventos que anualmente ocorrem nas aldeias, acreditamos que o Dia do Índio é um momento de reflexões de história, onde se pode de forma positiva e organizada, promover debates, palestras voltadas a tão importante homenagem dos primeiros habitantes.
Na assistência do plenário da Casa, centenas de indígenas, das quatros aldeias de Nioaque fizeram-se presente, apoiando a decisão, e aplaudindo o resultado, que para eles é um marco na história de lutas e conquistas.
Também fizeram-se presente o prefeito Valdir Junior e secretariados.
Após a votação, e ao termino dos trabalhos da Casa, os índios fizeram apresentação de dança cultural, pelos homens a dança do “Bate-Pau” e pelas mulheres a dança do “Putu-Putu”.
A dança do bate pau ou dança da Ema, é uma dança tradicional do Povo Terena. Ela é realizada apenas por homens. A dança faz alusão ao fim da Guerra Paraguai, fato que contou com a participação de muitos indígenas. Os homens carregam longas taquaras nas mãos e com elas desenvolvem uma coreografia, ora batendo as taquaras com as de outros dançarinos, ora batendo-as no chão Toca-se “pife”, instrumento tradicional parecido com uma flauta, e tambor para dar ritmo aos passos dos guerreiros. Os passos iniciais, lentos e cuidadosos, remetem ao cuidado e destreza que os guerreiros precisavam ter durante os combate,em seguida passos mais rápidos e gritos é a comemoração em relação ao fim da guerra e retorno para o território tradicional. O final da dança é marcado pela reunião dos dançarinos em circulo e a união das taquaras, sobre as quais é colocado um guerreiro, que é então erguido e ovacionado. (Colaboração das informações: Daniele Lourenço)
Nesse contexto os guerreiros ao finalizar a apresentação, ergueram o presidente da Casa Danilo Catti e o Prefeito Valdir Junior, como forma de reverenciá-los como “guerreiros”.
Mais informações sobre a dança é possível encontrar em vários estudos acadêmicos, realizados como forma de dissertações e pós graduações.
Edição e foto: Elizete Maidana