Com o objetivo de celebrar a data oficial de homenagens aos povos originários, tem início nesta quinta-feira,13, a programação do Abril Indígena. As atividades que serão realizadas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Cidade Universitária) e no Câmpus de Aquidauana (CPaq) fazem parte da programação da campanha Eu Respeito do mês de abril.
Na cidade Universitária, haverá apresentações de danças Terena e Kadiwéu, exposições de artesanato e pintura corporal no Corredor Central das 11h às 13h. A ação é vinculada ao projeto de extensão Danças Tradicionais Indígenas coordenado pelo professor da Faculdade de Ciências Humanas, Antônio Hilário Aguilera Urquiza.
“É muito importante e significativo ressaltar a diversidade de etnias, povos e culturas presentes na UFMS. Trata-se de uma universidade pública, portanto, a casa de todos e todas. Para os povos indígenas é uma forma de reconhecimento por toda a história e trajetória na composição cultural do nosso país e o direito de estarem e acessarem a universidade”, disse o professor.
O representante dos estudantes indígenas da Cidade Universitária, Doglas Sebastião, da etnia Terena, ressalta a importância das atividades. “Estes eventos são importantes, pois mostram que a Universidade está cumprindo com o dever de inclusão dos povos originários e assim chamando mais indígenas para que também tenham uma formação superior. Outro ponto é fazer com que estudantes, professores e servidores conheçam e tenham contato com povos indígenas, sabendo que existem pessoas que não tiveram nenhum contato ainda”.
A programação do Abril Indígena segue ao longo do mês, no dia 20 serão realizados debates com a temática, no auditório do Complexo EaD e Escola de Extensão da Cidade Universitária. Às 9h, será realizada uma mesa redonda sobre Saúde e Educação Superior, com a presença da egressa Priscila Caetano Amorim, a primeira indígena a concluir o curso de graduação na Faculdade de Direito na Cidade Universitária. Às 14h, a programação continua com uma mesa redonda sobre territórios e lutas indígenas.
A diretora de Inclusão e Integração Estudantil da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, Luciana Contrera, reafirma a importância das ações. “Os indígenas por meio de sua cultura e modo de vida, auxiliam na conservação dos recursos naturais e desenvolvem a percepção da diversidade. Entre os povos tradicionalmente habitantes do Mato Grosso do Sul e os que têm ressurgido e/ou identificado estão os Atikum, Guarani, Kaiowá e Ñãndeva, Guató, Kadiwéu, Kamba, Kinikinawa, Ofaié, Terena e Xamacoco. A UFMS, além de estar apta a atender os povos indígenas do estado, também recebe indígenas de outras regiões brasileiras”, completa.
No dia 27 de abril, no CPaq haverá programação especial com palestras, mesas redondas, apresentações e vacinação dos indígenas com imunizante bivalente contra a Covid-19. O CPaq concentra aproximadamente 60% dos estudantes indígenas da UFMS, seguido da Cidade Universitária com aproximadamente 30,1% de graduandos indígenas.
Para a diretora do CPaq, Ana Graziele Lourenço Toledo, o Abril Indígena é um evento que envolve não só os estudantes indígenas mas toda comunidade universitária. “Todos param para assistir as apresentações e refletir sobre as diversas questões que envolvem a data. A apresentação de dança é particularmente emocionante e representa a luta de um povo para manter a sua identidade. Então quem puder estar conosco para participar, estou certa de que se reenergizará e assistirá tantas outras vezes”.
Para a estudante de Administração do CPaq, Nilzalina Raimundo Belizario, este é um momento de levar a tradição dos povos originários para dentro da Universidade. “A importância do Abril Indígena dentro da Universidade é principalmente o fortalecimento da nossa identidade cultural. É um momento em que podemos mostrar para os indígena e não indígenas que estamos ali, que estamos ocupando espaços dentro da sociedade, que estamos buscamos a nossa formação profissional. Poder levar a nossa tradição e cultura dentro da unidade é muito importante, levar a nossa dança, o nosso grafismo/pintura corporal, comidas típicas, fortalece ainda mais a nossa identidade”.
“A Universidade nos acolhe, nos respeita como etnia. Nossa etnia é a Terena e o que a gente mais acha importante é mostrar a nossa identidade através desses eventos, mostrar a nossa dança, as nossas culturas tradicionais que contam as nossas histórias. Então, levar isso para dentro da Universidade mostra para os demais que nós estamos ali e que ocupamos o nosso lugar”, disse a estudante de Administração do CPaq, Elen Flores Alfredo.