A arara-canindé que foi encontrada abandonada em uma caixa de papelão, em um terreno baldio, em Nioaque, a 180 km de Campo Grande, chegou ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da capital nesta terça-feira (21). O animal estava faminto e foi colocada em um recinto grande.
O veterinário Lucas Cazati, concluiu que as penas da arara foram arrancadas de maneira cruel. “Há casos de aves submetidas a estresse severo que acabam arrancando algumas penas, mas não todas como aconteceu com essa, e também ela não teria como tirar penas da parte de trás da cabeça”, disse.
Só sobraram as penas do pescoço e da cabeça da ave. Ainda segundo o veterinário, a extração das penas provoca um sofrimento imenso. “Quando a gente precisa extrair uma pena para fazer exames aqui, isso é um procedimento doloroso demais. O bicho demonstra muita dor”, explicou.
Pelo tamanho do bico ficou constado que se trata de um animal adulto. Ainda não foi possível identificar o sexo, a conclusão virá por meio de exame.
A arara foi resgatada pela Policia Militar Ambiental (PMA) no dia 19 de julho. Os policiais chegaram ao animal após denúncias de moradores que passaram pelo terreno e viram o bicho na caixa fazendo muito barulho.
De acordo com a PMA, criar animais silvestres ilegalmente responde pelo crime de tráfico de animais. A pena é de seis meses a um ano de prisão, ou um ano e meio, caso o animal se encontre na lista de espécies em extinção, nacional ou internacional.
Além de prisão, a multa é de até R$ 5.000,00 por animal, como no caso da arara, que consta na lista internacional de proibição do comércio de espécies da fauna e da flora em risco ou ameaçada de extinção (CITES).
Arara-canindé na caixa de papelão — Foto: PMA/Divulgação
Arara recebe atendimento no Cras – Foto: PMA/Divulgação