Primeiro milagre atribuído a Acutis é a cura de uma criança de 3 anos de uma doença rara no pâncreas
A história do beato Carlo Acutis ganha um novo capítulo nesta quinta-feira (23). O Papa Francisco atribuiu um segundo milagre ao adolescente italiano que, na sua curta vida, usou os seus conhecimentos de informática para difundir a fé católica, abrindo caminho para que se tornasse o primeiro santo da geração Millennial.
Com o primeiro milagre reconhecido após um caso ocorrido em Campo Grande (MS), Carlo Acutis se tornou santo após o segundo feito anunciado pela Igreja Católica. O Papa Francisco tomou a decisão durante uma reunião com o chefe do departamento de santos do Vaticano, cardeal Marcello Semeraro, disse um comunicado publicado nesta quinta-feira (23).
Porém, a Igreja ainda não divulgou qual foi o segundo milagre que considerou para reconhecer Carlo Acutis como santo.
A atribuição de um segundo milagre significa que ele pode agora ser elevado à santidade, mas o Vaticano não informou quando isso aconteceria.
Portanto, a liturgia da Igreja Católica Romana afirma que somente Deus realiza milagres, mas que os santos que se acredita estarem com Deus no céu intercedem em nome das pessoas que oram a eles. Um milagre geralmente é a cura clinicamente inexplicável de uma pessoa.
Devido ao seu “importante papel na evangelização através da internet”, Acutis foi nomeado patrono da Jornada Mundial da Juventude do ano passado, em Lisboa, disseram os organizadores do evento.
Depois que um milagre foi atribuído a ele, Acutis foi beatificado em 2020. Na época, ele curou um menino de três anos que tinha uma doença rara no pâncreas.
O milagre aconteceu em uma missa realizada na Paróquia São Sebastião, em Campo Grande. Em contato com a família de Carlo na Itália, o padre Marcelo Tenório conseguiu trazer uma relíquia dele, um pedaço do tecido de sua camisa.
Como Carlo Acutis morreu no dia 12 de outubro de 2006, o padre realizava missas com a relíquia do adolescente italiano nesta data anualmente.
Contudo, com uma doença rara congênita chamada pâncreas anular, o menino não conseguia comer, estava desnutrido e tinha o peso de uma criança de um ano. “O avô veio com o menino, que tocou na relíquia e pediu para parar de vomitar e o milagre aconteceu. A família fez o exame em 2014, que constatou que ele não tinha mais nada no pâncreas. Pegamos os exames e mandamos para postulação da causa, em Roma”, contou à época o padre Marcelo Tenório.
Assim, a técnica de enfermagem Luciana Lins Vianna, de 40 anos, é mãe do menino e conta que se surpreendeu com o pedido. Como ele ainda era muito pequeno, ela não imaginou que ele fosse pedir a cura para a doença. “Ele pediu espontaneamente. Neste mesmo dia, ele voltou a comer”, contou.
Em homenagem a Acutis, uma outra família nomeou um residencial com o nome do beato, agora santo.
Seu corpo está exposto no Santuário do Despojamento em Assis, no centro da Itália. Em bom estado de conservação — o Vaticano afirma que os restos mortais de Carlo Acutis foram “recompostos”, mantendo o corpo do jovem bastante preservado.