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Publicado em: 12/11/23


Sapos, cobras, macacos, sucuris, tamanduás, iguanas e capivaras são surpreendidos pelo fogo e acabam morrendo queimados pelas chamas e intoxicados pela fumaça

Incêndios devastam milhares de hectares de áreas verdes em Mato Grosso do Sul nos últimos dias.  As regiões mais afetadas são Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema e Pantanal do Paiaguás, Nabileque, Nhecolândia e Rio Negro.

Imagens divulgadas pela Assembleia Geral do Povo Guarani-Kaiowá (Aty Guasu) mostram que animais estão sendo, literalmente, queimados vivos em incêndios.

Sapos, cobras, macacos, sucuris, tamanduás, iguanas e capivaras são surpreendidos pelo fogo, não tem para onde correr e acabam morrendo queimados pelas chamas e intoxicados pela fumaça. Veja as fotos:

Árvores, plantas, flores, gramas e campos viraram pó e cinzas. Após serem tomadas pelo fogo, árvores foram ao chão e o horizonte se tornou cinza e sem vida. Veja o vídeo:

QUEIMADAS NO PANTANAL

O Pantanal, bioma localizado entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e países da Bolívia e Paraguai, está em chamas novamente. Mais de 1,2 mil espécies de animais e duas mil plantas nativas estão ameaçadas.

O fogo tomou conta do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema e Pantanal do Paiaguás, Nabileque, Nhecolândia e Rio Negro. O que era verde, virou cinza. Veja a foto ao lado.

As queimadas estão transformando cenários verdes e cheios de vida em cinzas e mortes. 

Incêndio transformou o Pantanal de verde em cinzas

O fogo está destruindo matas, áreas verdes, vegetações, florestas, biodiversidade e espécies nativas do Pantanal.

As queimadas são extremamente nocivas ao meio ambiente, pois emitem poluentes atmosféricos, reduzem a biodiversidade, destroem matas, devastam a vegetação, prejudicam a fauna e flora, eliminam a cobertura vegetal nativa, comprometem florestas, campos e savanas e matam o ecossistema.

Mudanças climáticas, onda de calor, escassez de chuvas e baixa umidade relativa do ar favorecem a ocorrência de queimadas no Estado.

De acordo com o presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Ângelo Rabelo, incêndios no Pantanal de Mato Grosso podem causar danos em Mato Grosso do Sul.

“O fogo vem destruindo o refúgio da vida selvagem no Pantanal norte. Em MT, os incêndios já destruíram mais de 100 mil hectares e está atravesando os limites geográficos. Não podemos mais pensar de forma compactada e assistir ao caos que se aproxima.

Nuvem de fumaça na Serra do Amolar

Gigante nuvem de fumaça cobriu o céu na região da Serra do Amolar, por volta das 16h desta sexta-feira (10). De acordo com o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a câmera que captou a imagem da cortina de fumaça está instalada a quase mil metros de altitude.

A nuvem chegou a alcançar o topo da Serra do Amolar e cobriu a antena instalada no local.O evento foi registrado depois que os ventos passaram a soprar no sentido da Serra do Amolar/Bolívia. Após as 19h, não havia mais fumaça no local.

COMBATE

Ao todo, 44 bombeiros militares atuam na prevenção, combate e controle de incêndios florestais no Paiaguás (desde 24 de outubro), Nabileque (desde 3 de novembro), Nhecolândia (desde 6 de novembro) Rio Negro desde 9 de novembro) e Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (desde 2 de novembro). A atuação faz parte da Operação Pantanal 2023, iniciada em 17 de julho de 2023.

Os militares utilizam equipamentos específicos de proteção para combate do fogo, como drones, roupas com tecnologia de resfriamento, botinas resistentes as chamas, óculos, máscaras, capacetes, luvas e avião Air Tractor (tem capacidade para transportar até três mil litros de água, é usado em regiões de difícil acesso).

Além disso, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) tem parceria com a National Aeronautics and Space Administration (Nasa) para combater e prevenir incêndios florestais no Pantanal e Cerrado sul-mato-grossense.

A corporação utiliza monitoramento via satélite e tecnologia de navegação, dados e inteligência artificial, em convênio com a Agência do governo dos Estados Unidos, para controlar o fogo no território sul-mato-grossense.

A Polícia Federal (PF), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) também auxiliam no monitoramento via satélite e tecnologia de navegação.

PREVENÇÃO

Uma forma de evitar a propagação de incêndios florestais no Pantanal é implementar aceiros, que são faixas desprovidas de vegetação que servem para barrar o fogo e impedir que ele continue seu rumo. Manter terrenos limpos e capinados e evitar jogar pontas de cigarro acesas na vegetação à beira de rodovias também são opções.

Outra forma eficaz de combater o fogo no Pantanal é realizar queimadas na época correta, frequência correta e locais corretos, chamadas popularmente de queimadas preventivas ou controladas.

A chuva também é eficiente no combate às chamas porque deixa o solo úmido. Outra forma é evitar o uso de fogo em julho, agosto e setembro, meses do inverno, pois as condições climáticas são desfavoráveis para a época.

CRIME

Incendiar espaços públicos e áreas preservadas é crime. 

De acordo com o Artigo 250 do decreto lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940 do Código Penal Brasileiro, causar incêndio que cause perigo à vida ou ao patrimônio público é crime, com pena de três a seis anos de reclusão e multa. A detenção diminui para seis meses a dois anos caso o incêndio for culposo.

Os números para denúncia são:

  • 156 – Semadur (Prefeitura de Campo Grande)
  • 193 – Corpo de Bombeiros
  • 0800 061 8080 – Ibama

Fonte: Correio do Estado

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