NIOAQUE ONLINE

Publicado em: 15/03/23


Foto: Divulgação/rede social/facebook

A mandante do assassinato de Reinaldo Martins de Souza, conhecido como “Caburé”, Luciene Franco dos Santos, foi condenada pelo Tribunal do Júri de Nioaque, no dia 14/03/2023, a nove anos e quatro meses de prisão pelo homicídio doloso qualificado por motivo torpe. O crime aconteceu na madrugada de 10 de julho de 2017, entre 00h00 e 02h30 da madrugada, na Fazenda São Francisco, localizada na área rural de Nioaque. Conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público estadual, a motivação consistiu em eliminar seu convivente, que obstava o relacionamento dela com a autora material do crime, Marielli, bem como por interesse nos bens da vítima.

Regiane Penajo Fuchs, filha da vítima e assistente de acusação, concedeu entrevista ao Nioaque Online: “Eu filha do Caburé venho aqui falar em nome da família. Venho agradecer a Deus primeiramente e a população de Nioaque, aos membros do Ministério Público pelo apoio de amigos e familiares. Estou aliviada e grata e em paz pelo resultado que foi baseado em provas e fatos que aconteceram e que a verdade prevalece e que a justiça foi feita. Agradeço. Obrigada”.

A condenação aconteceu durante sessão do Tribunal do Júri de Nioaque. A denúncia, sustentada pela promotora de Justiça Mariana Sleiman Gomes, foi acatada pelo conselho de sentença. Pela juíza Larissa Ribeiro Fiuza, foi aplicada a pena de nove anos e quatro meses de reclusão, pela condição partícipe do crime.

De acordo com a denúncia, alguns meses anteriormente ao homicídio de Caburé, a anteriormente condenada Marielli, iniciou um relacionamento amoroso extraconjugal com Luciene, então companheira de Caburé, sendo que ambas tentavam esconder tal relação da vítima e passaram, ao longo do tempo, desejar e planejar a morte do mesmo.

Por volta do mês de abril de 2017, Luciene e Marielli passaram a “dopar” a vítima Caburé ao ministrar-lhe fortes remédios controlados, de forma que ele passou a apresentar-se sensivelmente alienado aos acontecimentos externos, o que foi percebido apenas pelas pessoas mais próximas a ele e por aqueles que conviviam mais diretamente com o mesmo, pois Luciene passou a evitar e até impedir o contato de Caburé com os funcionários mais próximos da fazenda.

Após uma discussão, Marielli, munida de uma pistola Glock calibre 9mm, efetuou dois disparos contra Caburé, atingindo-o na região do tórax e da mandíbula, os quais foram causa eficiente de sua morte, vindo ele a óbito em seguida aos disparos, antes de qualquer atendimento médico.

Marielli e  Luciene combinaram, em seguida, a maneira como Marielli iria fugir do local, tendo Luciene indicado que Marielli deveria buscar uma quantia em dinheiro (aproximadamente R$25.000,00) e uma outra arma de fogo de propriedade de Caburé na Fazenda Santo Antônio da Cava, localizada em Maracaju/MS. Luciene ainda esperou Marielli conseguir fugir da Fazenda São Francisco para apenas posteriormente ligar para a Polícia, no intuito de garantir que ela não fosse presa em flagrante. Ocorre que, antes mesmo de ligar para a Polícia, Luciene efetuou uma ligação para um advogado – o qual também compareceu ao local do crime e se apresentou aos policiais como advogado de Luciene.

Conclui a acusação que o crime de homicídio foi praticado por evidente motivo torpe, consistente tanto no fato delas desejarem eliminar a pessoa que obstava o relacionamento amoroso das mesmas, quanto pelo fato de Luciene possuir nítido interesse patrimonial na morte de seu companheiro, por cobiçar sua vultosa meação e herança (milionária) que ele deixaria e, ainda, o recebimento de um seguro de vida contratado meses antes de seu assassinato, cuja única beneficiária era ela mesma (Luciene), a qual controlava toda a vida financeira do companheiro que estava traindo.

Foto: Elizete Maidana

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