As oito araras-canindé que chegaram no fim da tarde de terça-feira (12) de São Paulo, num voo do Programa Avião Solidário da Latam partindo do Aeroporto de Guarulhos, já foram levadas para o local de soltura, em uma propriedade rural no município de Miranda. Elas passaram a noite no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, e pela manhã seguiram viagem até a nova morada. Os exames demonstram que estão saudáveis, são aves adultas e estão aptas para viver livres na natureza, afirmou a coordenadora do CRAS, Aline Duarte.
As araras foram resgatadas ainda filhotes, vítimas do tráfico de animais silvestres e ficaram quatro anos em um viveiro sob responsabilidade da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. Nos dois últimos anos passaram por ambientes preparatórios para soltura, onde aprenderam a voar e se aclimatar ao ambiente natural. Serão soltas de forma branda, ficarão ainda alguns dias em um espaço mais amplo, dentro da mata, até adquirirem as condições propícias para a liberdade plena.
A vinda das araras-canindé a Mato Grosso do Sul é um processo de repatriação, já que os filhotes foram levados do Estado por traficantes e resgatados em São Paulo. No ano passado as autoridades ambientais de São Paulo fizeram contato com a Coordenação do CRAS indagando se havia local para a soltura. “Enviaram todos os exames atestando o estado sanitário das aves e nós aceitamos fazer a soltura, já que o local de origem delas é aqui”, conta Aline.
No avião elas vieram em caixas especiais, compartimentadas para que cada uma tivesse seu espaço. Chegaram no início da noite e foram examinadas por um veterinário e conduzidas até o CRAS onde uma gaiola já havia sido preparada para o pernoite, com água e alimentação disponíveis. Não demonstraram nenhum mal-estar pelo vôo e, por isso, já seguiram logo cedo para o destino final, por via terrestre.
Não é comum Mato Grosso do Sul receber araras para soltura, afirmou a coordenadora do CRAS. Há dois anos uma equipe foi até São Paulo buscar papagaios que foram levados por traficantes ainda filhotes e conseguiram chegar à fase adulta para serem repatriados.